Saturday, August 11, 2012

Festival Policial

Hoje de manhã quando andava pela Avenida Combatentes da Pátria reparei que algo se passava por ver em tão pouco tempo inúmeros polícias em direcção à Praia estigmatizada. Afinal era isto. Acho bem. Infelizmente, sem suporte político estrutural de raiz, isso tudo não passa de cosmética (virou moda essa cena da cosmética). Gostaria que a chefia policial, o senhor Lívio e o reverendo, que ao que parece, tanto se preocupa com criminalidades e afins, também, tomassem medidas radicais no que toca à problemática da droga, da corrupção e do abuso da autoridade dentro da comunidade policial. É que eles sabem do que estou a falar, mas, fica mal admitir em público essas coisas. Nada melhor que limpar primeiro o sector interno.

Continuando com essa da polícia, ao que parece, está iminente uma situação que poderei chamar de assalto aos sectores riba di poleru, uma vez que, actualmente existe lá dentro, um conflito em torno dos títulos académicos. Ou seja, existe dentro da polícia uma base maioritária formada que vê vedada todo o caminho poder acima por parte de uma chefia "analfabeta", ultrapassada e teimosa. Prefere-se gastar dinheiro em contratar especialistas civis, se calhar devido àquela coisa chamada compadrio, mesmo sabendo que lá dentro existe licenciados e mestres capazes de efectuar tarefas. É que às vezes, reconhecer talento jovem dentro de uma instituição dogmática leva a troca de lugares no poleiro.

(Imagem pirateada na net)

Cronistas

Coisa com piada neste país é pormos a ler os jornais, sobretudo na parte reservada aos nossos queridos opinion makers. Cada asneira suportada por paradigmas científicos ultrapassados e obsoletos, levando pois claro, a conclusões estapafúrdias que nada tem a ver com a nossa realidade. Pensam o Cabo Verde como se de um país ocidental desenvolvido fosse. Errado. Uns associam a esquerda a criminosos, esquecendo-se dos crimes da direita. Buscam, tal como Parsons fez com os clássicos, autores para tentarem legitimar os seus disparates. Sinceramente, não sei onde o Casimiro leu que Weber afirmou que é papel do Estado monopolizar a violência. Deveria ele saber que, primeiro, Weber não é um estadista (cuidado com as comparações) e, segundo, o velho apenas constatou como investigador que o Estado é detentor do monopólio da violência legítima. Mas, às vezes os fins justificam os meios (lá estamos de novo nos inovadores de Merton - interpretado aqui num sentido diferente). Depois aparece um tal de Elísio Semedo, técnico social, que diz ter a fórmula para acabar com o movimento thugétnico em 24 horas. Sendo este senhor um técnico social, com afirmações desse tipo e ignorando completamente o que realmente está na base de toda esta koboiada, entendemos, de facto, como é que as coisas chegaram a esse ponto. Mas, a comédia mesmo sai da caneta do cronista Emanuel Brito, que até começa bem, mas, depois põe tudo a perder quando vai buscar o estudo encomendado pelo Ministério da Justiça sobre as crianças em conflito com a lei (já agora, porque é que não são as leis que estão em conflito com as crianças?) para defender que a culpa de tudo isso é da tal desestruturação familiar. Mas, qual desestruturação familiar? A interiorizada da cultura judaica-cristã do pai, mãe e filhos? Desde quando essa é estrutura familiar caboverdiana? Pelo que eu sei, a estrutura familiar dominante nas ilhas foi desde os primórdios, mãe, filhos, sem pai. Também, há os casos que se costuma chamar de monogamia serial. Não sei se conseguiu ler isto no tal conhecido antropólogo. Se essa é a principal causa da delinquência juvenil, então, os auto-proclamados thugs existem desde o século 15/16. Nem a Igreja deveria ir por esse caminho, visto que, foi ela própria quem reproduziu, legitimou e incentivou essa cultura chamada por Carreira de poligamia informal.

(Imagem de autor desconhecido)

My Playlist (51) Corona

Ver vídeos Baby Baby e The Rhythm Of The Night aqui e aqui. Info aqui.

Friday, August 10, 2012

Rockmania

South Africa 2010 (2)

Acabei de ver o jogo de Portugal (queria dizer da Costa do Marfim) e leio no sítio da FIFA que o supersónico Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor em campo. Penso que se enganaram na pessoa ou então o Gaddafi tem razão no que disse sobre a máfia blatteriana.

Para aqueles (tugas) que dizem não se rever na sua selecção por causa dos jogadores naturalizados (queria dizer brasileiros), devo lembrar-lhes que antes do Deco tornar-se portugués por direito, muitos filhos das ex-colónias representaram a selecção das quinas e até quanto sei, muitos não nasceram na Cova da Moura e afins. Mas lá está, estes são brasileiros... são especiais. Pena Cacau não ter passado pela campeonato portugués. Espertos... os alemãs.

Seguir os comentários do mundial via TCV e de vez em quanto na Sport TV, fez-me ver que afinal África é um país (a capital deve ser África do Sul) e que a senhora Sarah Palin não é assim tão ignorante no que a geografia diz respeito.

(Na imagem: Didier Drogba num jogo qualquer. Fotógrafo desconhecido)

Tuesday, August 7, 2012

Ensino Superior: Que Futuro?

Há cerca de 1 ano, mais coisa menos coisa, os jointers resolveram escrever sobre o ensino superior em Cabo Verde (isto depois da guerra Ordem dos Engenheiros vs. Uni-Piajet). Hoje sou eu a escrever sobre o ensino extensão secundário existente nas ilhas.

Alguém perguntou-me há dias se achava se existe uma cultura universitária no país e lembro de ter respondido que não porque, entre outras coisas, nem os próprios promotores da coisa sabem o significado disso (com todo o exagero possível). Quando penso nos vários institutos e universidades que existem neste país, vejo um liceu transformado num bordel. Passo a explicar: a cultura é liceal porque a maioria dos que estão à frente, ou tem uma vasta experiência nos liceus do país ou juntaram-se a pessoas com essa experiência, por isso não é de estranhar que o ensino superior seja gerido tal e qual um liceu (digamos um liceu distinto). Torna-se num bordel a partir do momento em que as contratações são feitas pelo facto de A ou B fazer parte deste ou daquele partido, é filho ou amigo desta ou daquela pessoa, deve um favor a este ou aquele indivíduo, e assim por diante. Ou seja, prostituições. Resultado: enfraquecimento do sistema que só por si começou frágil.

Vamos aos professores: os que querem fazer algo e tem alguma potencialidade são postos de lado porque são vistos como rebeldes. Ainda hoje, Paulo Monteiro Júnior perguntava-me se não é verdade que os intelectuais devem ser por natureza rebeldes. Não sei se o Daniel Medina concorda com isso, mas eu concordo. Se é um facto que muitos professores são licenciados e, para alguns, não tem qualquer preparação para serem docentes universitários, também é verdade que muitos senhores mestres e professores doutores deste país não passam de bluffs. Há aqueles que olham para a docência universitária como um extra laboral ou um status social, muitos estão desactualizados, e a comédia é que existe neste país professores universitários que nunca sequer puseram o pé numa universidade. Existe, ainda, aquela coisa do professor/investigador que muita gente do sector não percebeu o alcance.

Sempre defendi que alguém pode estudar na melhor universidade do mundo e caso não se aplicar a sério será um péssimo aluno e profissional e pelo contrário, estudar na pior e vir a ser um excelente profissional porque levou aquilo a sério. Por estas bandas, por mais que um aluno tente é muito complicado encontrar material, uma vez que as bibliotecas são o que são. Gasta-se milhares em cosmetiquices mas apetrechar uma biblioteca considera-se caro. Hoje temos internet respondem os sabe tudo. E chega?

É bom, também, dizer que se existe um problema de qualidade no nosso ensino superior é porque, casa que se constrói com base de barro arrisca-se a ruir, a fiscalização é inoperante e o problema maior se encontra na preparação dos alunos na secundária. Analisando muitos cursos dos vários institutos e universidade existentes nas ilhas, reparamos que os planos curriculares da maioria não presta e em alguns casos vende-se gato por lebre, mas o que mais me intriga é terem sido licenciados dessa forma pelo Ministério da Educação. Ou quem é responsável pelo licenciamento da coisa não percebe nada daquilo ou então há muitos favores a pagar.

Apesar desse desabafo pessimista (porque se as coisas não melhorarem rapidamente Cabral irá arrepender-se no inferno ou seja lá onde estiver em ter dito que as crianças seriam as flores da revolução) acredito que ainda é tempo de mudar o rumo das coisas e salvar o país de um futuro muito negro.

P.S. A universidade é um espaço onde reina a liberdade e a democracia e um espaço onde forma-se espíritos críticos e não carneiros doutrinados incapazes de teorizar, visto que a maioria dos seus pastores não passam de castrados intelectuais ou como diria Varela com prisão de mente.

Monday, August 6, 2012

Interlúdio...

Outdors war (1)

Inicialmente, algumas personalidades do PAICV chamaram anti-democrático ao acto mpdista de colocar outdors políticos nas ruas. Era tão anti-democrático que aderiram. Twice. O partido e o governo. Tão anti-democrático que era. Na verdade, ambos os partidos têm razão... políticas foram feitas mas nenhum foi eficazmente implementado. Irei fotografá-los e comentá-los neste espaço por puro gozo... é carnaval antecipado.

(Na imagem: outdor do JSD na Praça de Espanha, Lisboa, um dia qualquer do mês de Setembro)

Thursday, August 2, 2012

Outdors war (2)

Estou curioso para ver a resposta dos amarelos a este outdor. Provavelmente irão encomendar ao Hiena um cartaz da associação contra a violência e o crime liderada pelo sheriff Zema's e o seu assistente incompetente Lívio enxotando o gangster Veiga.