Friday, February 4, 2011

O Clero Tambarina

Recebi ontem um e-mail (de certeza saído de um dos quartéis do MPD) interessante que adorava compartilhar neste espaço. Na verdade não é nada que já não sabia (ou que todo o mundo já não sabia) mas é sempre bom lembrar ao pessoal que existe a família tambarina (antes houve a família rabentola) que ao bom estilo da máfia napolitana, nunca deixa os amigos, compadres, amantes, enfim, os familiares desamparados. Meritocracia? Só se for na Neveslândia. Em Cabo Verde de certeza não se sabe o significado disso, e utilizando o termo do autor da mensagem, só se for por amor à família (família tambarina diga-se de passagem). Não vou expor a mensagem tal como foi escrita mas devo dizer que inspirou este post.

Como disse uma vez Zeca Afonso, eles comem tudo, eles comem tudo. De facto eles comem tudo, e por amor à terra. Senão vejamos: o reverendo nomeou a amiga íntima (na verdade queria dizer amante) Filomena Martins a ministra da educação e depois a coloca como quadro da UNI-CV (a ela e ao próprio) por intermédio do senhor Reitor (fantoche diz a mensagem). O irmão do ministro da dengue, Benfeito Mosso Ramos, foi nomeado PR do STJ e depois indicado para o Tribunal da CEDEAO em Lomé (num momento dantesco da nossa justiça). Depois há os casos dos senhores ministros e governadores com esposas (o autor esqueceu dos filhos e sobrinhos) com altos cargos diplomáticos e administrativos. Zema nomeia o irmão como PCA das TACV e nomeia Janira Almada (que foi apresentada como alguém com uma carreira no jota - pura mentira) como ministra de não se sabe bem o quê a pedido do papai. O filho do agora candidato Manuel Inocêncio (o homem das infraestruturas) aparece de repente como director financeiro do Porto da Praia. Pedro Pires nomeou Zaida (sem nenhuma experiência) para um alto cargo da magistratura, claramente, por ser um parente, e alguns boys recém chegados de formação são nomeados assessores em áreas que desconhecem, mais tarde promovidos a directores em áreas de elevada importância para o país, sem que no entanto percebam alguma coisa do sector.

Não estou numa de dizer que esses indivíduos são incompetentes porque não os conheço a todos, mas a minha intenção é denunciar os critérios como lá chegaram e falta de ética por terem aceite os cargos. Num país a sério, onde aquela coisa chamada democracia funciona mais ou menos, tais comportamentos são moralmente e eticamente proibidos. Contudo, estamos nas ilhas paraíso...

P.S. O post é curto mas se formos explorar a coisa a fundo, teremos matéria para uma tese de doutoramento em compadrios e demais teias mafiosas. No entanto, é bom dizer que estas coisas acontecem em todas as épocas e em todos os sítios (perguntem ao Sarkozy). Só que por estas paragens tem acontecido com maior frequência. E depois diz-se que se luta contra a desigualdade social, exclusão e pobreza...

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