Thursday, July 12, 2012

Wednesday, July 11, 2012

Ecos dos Bairros da Capital

O chefe do Clero num acto de humor nacional, segundo Carlos Veiga, disse que ia-se encontrar com os auto-proclamados thugs. Pelo que eu sei, existe uma imitação barata do thug life nas ilhas. Nem mesmo as crianças e os jovens que dizem ser thug, sabem o real significado da palavra. Não o sabem porque não seguem este código. As mentes pseudo-brilhantes desta terra que defendem que os ratos (a operação policial/militar do Lívio chama-se ratoeira) devem ser extintos porque reencarnaram a filosofia thug indiana (o termo surge na índia para designar grupos de assassinos - assassinos de elite diga-se de passagem, tal como surgiram os ninjas no Japão medieval) devem saber, também, que a suástica hitleriana surgiu na Índia e era um símbolo da paz.

Tupac Shakur, descendente de uma família de activistas ligada ao Black Panther Party, foi quem levou o nome thugs à América, através da criação de um movimento social desvinculado das ONG's, cuja finalidade era diminuir a violência na periferia negra. Muitos rappers usam o termo para consciencializar os jovens negros desafiliados dos bairros periféricos da sua posição histórica de dominado e explorado. Digamos que começou como um movimento social e, hoje, em muitos países pelo mundo fora, é também um movimento político. Tem por trás a cultura dos rude boys jamaicanos apropriados por alguns activistas norte-americanos negros nos anos 70 contra os agentes da violência racial.

Essa filosofia confundiu muita gente e banalizou-se com o gangster rap. É uma questão de status e de condição social. Nos bairros da capital, os jovens imitadores da thugmania sentem-se agora mais poderosos. É só lá ir ver. A minha curiosidade reside-se em como será organizado esse encontro. Irá primeiro os polícias e militares desarmar o movimento? Haverá conferência de imprensa colectiva seguida de um almoço/jantar convívio? Contudo, devo dizer que adorei essa iniciativa. Filú, o antigo conselheiro, teve no passado encontros com grupos desses na linha Paiol/Castelão/Coqueiro.

(Na imagem: ilustração de Tupac Shakur por autor desconhecido)

Tuesday, July 10, 2012

Wikileaks... e a divulgação dos documentos secretos referentes aos países da West Africa

Se a espionagem for bem feita (principalmente sobre o tráfico de droga e de armas, corrupção, direitos humanos e afins), aposto em como este discurso muda (menos a parte referente ao senhor Assange).

Lula sobre a prisão do cérebro do Wikileaks...

Aqui. E nós temos o reverendo José Maria Neves e a sua normalidade "carneirista". É a pobreza subjectiva de um povo espiritualmente pobre diz o meu poeta (como diria o outro)...

(Vídeo via mrvadaz)

Monday, July 9, 2012

Friday, July 6, 2012

My Playlist (14) 2 Pac

Ver vídeos Changes, Until The End Of Time e Me Against The World com Dramacydal aqui, aqui e aqui. Info aqui.

Sobre as eleições... (agora um pouco mais moderado)

Às vezes é necessário ser menos delinquente intelectual e reflectir sobre as críticas que nos são feitas. Mas aos tolos não se deve dar ouvido nem cavaco. Nem às mentes obtusas e fundamentalistas partidários formados pelas catequeses dogmáticas partidárias. Se hoje temos os políticos que temos a culpa é nossa. Só nossa. Mas também somos nós quem devemos repor a ordem. No entanto, há caras novas nas listas. Alguns jovens, pessoas com formação superior e mulheres, na sua maior parte em posições inelegíveis, apesar do propalado discurso de equidade de género. Não sei se serve de esperança para o futuro... veremos.

Contudo, se as eleições fossem hoje, o meu voto seria na abstenção. Porquê? O PAICV só mente. Andam a vender ilusões e o discurso é claramente para os cegos. Desta forma, será muito perigoso para o país conceder-lhes mais cinco anos, ainda mais, estando em posição de chegar a postos ministrais algumas pessoas com tiques stalinista (e escuso falar aqui de crimes passados). O grande problema do PAICV será a transferência de poder pós-eleição. Olho para dentro e preocupo-me com o que vejo. Com este discurso não nego as obras feitas.

O MPD não renova. Concordo que MESTI MUDA, embora, desconstruído o lema de campanha, não encontramos muito conteúdo. A meu ver. Diz-se que se vai fazer. Como, ninguém sabe. Talvez Ulisses venha dar mais confiança ao partido no pós-Veiga. Mesmo assim, perante o mini cenário descrito, entre os dois, poderia até me pender para os verdes. O problema é que desconfio de muita coisa.

Depois temos os partidos pequenos. A UCID poderá ser o futuro. Quero acreditar nisso. Acho que a democracia ganhava com mais deputados desse partido no Parlamento e penso que será um dos vencedores na noite que se avizinha. Bem, pelo discurso, votar UCID parece ser uma decisão sexy, mas ainda faltam sete dias para a chegada à meta. O PTS, caso não fosse os discursos sectoristas a roçar ao racismo do seu número dois, poderia me chamar a atenção, tal como fez o seu presidente no primeiro debate. Se bem que, visto bem as coisas, ter um incendiário como o Onésimo no Parlamento poderia não ser mau de todo. PSD é folclore. Não conta.

Apesar disso tudo, o meu voto ainda é a não comparência. É a minha forma de protesto num sistema corrupto, onde as boas intenções são facilmente transformadas em más intenções, ora devido à crença partidária ora devido à crença consumista. Como dissera Churchill, "a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que se têm sido experimentadas".

Wednesday, July 4, 2012

Sobre a página 38 do jornal A Nação

É necessário ser-se mais honesto, ainda mais quando se diz que se é imparcial e ambiciona-se ser um espaço de referência nacional. Falo do jornal A Nação e a sua página impressa dos blogues. Não sei se repararam, mas o que se faz ali é muitas vezes imoral, a partir do momento em que se publica posts extemporâneos, numa clara tentativa de se usar algo que se disse nos espaços virtuais, num dado momento temporal e contextual, como arma de arremesso político e/ou de mesquinhice social. Cita-se partes de textos, numa hábil tentativa de se dizer algo, escondendo-se atrás de determinados bloggers, muitas vezes confundindo os autores dos posts, induzindo os leitores ao erro, como por exemplo, quando se escreve que alguém disse algo quando na verdade tal foi dito por outro. Para isso tem-se o Zig-Zag. Acho bem que haja um espaço do tipo e confesso que tal como muitos que têm um espaço virtual, adorei a ideia de ver os meus cuspos e vómitos publicados na imprensa escrita, mas, com o passar do tempo comecei a sentir-me intelectualmente violentado (apesar da minha inteligência ser igual a de um macaco africano) com a forma como se usa e abusa dos meus escritos. Ou se publica o que eu disse no blogue no tempo e no contexto em que foi dito, sem que haja aproveitamento da equipa editorial, conforme os seus interesses ou não se publica. Acho que todos sairemos a ganhar.

My Playlist (38) Alice Russel

Ver vídeo Mirror Mirror aqui e info aqui.

Sunday, July 1, 2012

Utopia de César Schofield Cardoso

Não assisti a primeira edição mas esta sou capaz de lá ir espreitar. Isto de (re)descobrir a identidade cabo-verdiana através da arte tem muito que se lhe diga, ainda mais com as novas influências periféricas dos centros mundiais na constituição de novas tribos urbanas crioulas em que o Hip Hop é apenas uma parte.

Provavelmente o autor não foi até ao fundo da coisa (nem tinha que ir), mas se quisermos mesmo entender o movimento thugétnico (sepultado - a delinquência juvenil se encontra em processo de descaracterização) temos primeiro que compreender o desenvolvimento do movimento Hip Hop na Cidade da Praia (ou no Mindelo) e as novas arenas de reivindicação político-social juvenil surgidas fora dos partidos e seus lacaios mirins. Os efeitos perversos brotados são resultado da desinformação da camada juvenil (endoutrinada no período colonial e no período pós-colonial) e da não existência de políticas juvenis eficazes e adequadas à especificidade cabo-verdiana.

Curioso notarmos a tentativa dos novos rappers, por exemplo, em resgatar a sua identidade em Cabral e na língua cabo-verdiana (tornado tabu pelo menos até 2011). O rap crioulo tem sido (a partir da década de 90) a voz dos sem vozes e fora os bifes serve de alerta contra os desmandos da nossa elite através do retrato falado do que é viver hoje (para uma boa parte da população) na terra crioula democrática. Ver este vídeo do Ex-Pavi Ft. Nana.

My Playlist (42) Madredeus

Ver ao vivo Oxalá aqui e vídeo Haja O Que Houver aqui. Info aqui.