O Di Guiné é o último jovem da geração "crianças de rua" na Cidade da Praia. Agora ele é um sem abrigo. As nossas instituições nunca fizeram grande coisa por elas (falta de verba e técnicos diziam - com tanto esbanjamento da coisa pública e centenas de novos quadros disponíveis), mas bem ou mal acabaram com o fenómeno. No Mindelo também. Na verdade, esta realidade deve-se mais ao esforço de algumas associações e ONG's do que propriamente do ICCA. Esta última tornou-se especialista em cosmetiquices e enganação de tolos. Mas não deixo de tirar-lhes o chapéu pela tentativa, embora, ainda querem fazer passar a ideia que existe crianças de rua. O que existe são crianças em situação de rua. Talvez não leram bem o relatório elaborado em 2006 pelo antropólogo José Carlos dos Anjos que eles mesmo encomendaram. Voltando ao fim do fenómeno, a instituição judicial teve o seu peso no final da coisa, se bem que de forma ilegal... diria mesmo inconstitucional. Contudo, o final de um coincidiu com a reconfiguração de um outro em moldes mais violenta - a delinquência juvenil colectiva. Isto quer dizer que as políticas públicas não foram eficazes e que muitas crianças só não vão para a rua porque encontraram novas formas de sociabilidades no bairro. Os aspirantes a delinquentes são cada vez mais novos... penso que a Dona do ICCA e a senhora Madalena deveriam pensar nisso antes de irem para televisão tentar enganar tolos.
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