Apanhou-se a mania de conotar o hip hop com violência e a juventude pós-democrática de irresponsável, violenta e inconsequente (como se Cabral e companhia quando jovens fossem diferentes. Para os tugas eram terroristas). Essa mania de ler a nossa juventude actual com os óculos de Locke leva a esse tipo de ignorância. E alguns jovens intelectuais, pseudo-intelectuais e aspirantes a intelectuais vão atrás representando os outros (da periferia - hip hopers) como bêbados e drogados. É do tipo: foi para isso que Cabral lutou e morreu? Não sabem é que esses, bêbados e drogados, tem uma criatividade superior a deles e dão maior importância ao líder histórico. Não têm muitos meios, não são convidados para os espaços da moda mas sobrevivem. São muito superiores aos representantes da figura social emergente - os novos quadros - que Ludjero Andrade chamou para vomitar asneira no seu programa de antes de ontem. No 180º, não obstante alguns cuspos de baboseira por parte de algumas mobílias da casa o nível era bem melhor. O Abraão bem que podia voltar para a TCV e vomitar algumas verdades ao clero tal como o tem feito no jornal que confunde simples roubos de computadores com pirataria informática.
Apresento-vos um vídeo (em baixo) realizado e editado por essa categoria marginal e estigmatizada - hip hopers - na comemoração de mais uma data do assassinato de Cabral (assassinato com o conluio de alguns camaradas). Aliás, a associação Djuntarte de Dudú Rodrigues bem podiria ser chamada para organizar as festividades da 35 aniversário da independência nacional ou da feira de turismo. Fariam menos palhaçada. No dia 20 de Janeiro último conseguiram reunir hip hopers thugs, players e revolucionários numa marcha pela avenida principal (percurso Parque 5 de Julho/Estátua Amílcar Cabral), realizar debates espontâneos sobre liberdade e ser cabo-verdiano e um show de rap, break dance e grafite na Praça Alexandre Albuquerque no Plateau. Saiu tiroteio não!!! E a imprensa, principalmente a de referência que noticiou e confirmou o show de Norah Jones ontem na Cidade da Praia e hoje no Sal (espero as reportagens pós-show) ignorou. Saísse tiroteio eram eles todos a criminalizar as gentes do funco - fossem do sobrado eram todos bons rapazes, filho de gente de bem... tanta hipocrisia de todos os lados - cotas e mirins. Esses (do vídeo) não falam, fazem as coisas acontecerem...
Vídeo: Djuntarte
Música: Fidjus di Cabral
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