Saturday, March 12, 2011

Comunicação CIEA 7/Lisboa 2010

A minha comunicação no CIEA 7/Lisboa 2010, sobre a investigação etnográfica iniciada em 2006 junto dos grupos de jovens delinquentes auto e hetero-denominados thugs (work in progress), pode ser consultada aqui.

Wednesday, March 9, 2011

Sem conexões xenófobas e afins...

Durante décadas os cabo-verdianos foram vistos como aquele povo lutador, inteligente, resistente e humilde. No estrangeiro somos assim vistos... mas temo que esta visão do estrangeiro sobre o cabo-verdiano venha mudar. Tudo por causa do complexo de inferioridade de muitos dos nossos chefes e intelectuais. Tenho reparado (e a constatação não é só minha) que há uma tendência em privilegiar jovens imigrantes europeus (que o jovem imigrante africano é considerado um mau imigrante - delinquente) em detrimento ao jovem quadro cabo-verdiano. É a mentalidade colonizada do que vem da Europa é melhor (ainda mais se tem uma pela clarinha e for da metrópole) que o nacional africano. Formam-se nas mesmas universidades, com os mesmos professores, porém, na hora de escolher, o complexo de ser um preto especial fala mais alto. Engana-se quem pensa que a pior forma de violência colonial é a física. Muitos deles estão aqui porque o mercado dos seus países estão saturados (nós fomos para lá porque nem sequer mercado tínhamos). Contudo, muitos deles sabem que se tivessem entrado no mercado da terra, acabavam por ser expurgados. Aqui, na república das bananas, o pior do norte é sempre superior ao melhor nativo. Comte afirmou isso na sua lei dos três estados há cerca de dois séculos. As nossas mentes funcionalistas engoliram a coisa... depois acham-se intelectuais. Intelectuais castrados diria eu. A imagem que estamos a passar é que não passamos de uns burros que não conseguem sobreviver sem o europeu. A colonização simbólica tem esse efeito. Mais-valia o caralho... hoje em dia, até na apresentação da nossa empresa ou numa reunião mais sofisticada, mandamos o clarinho. Já temos vergonha de enviar o mulatinho. Gabriel Fernandes, no livro Em Busca da Nação, disse que os claridosos na tentativa de afastar o cabo-verdiano do continente africano e aproximá-lo da Europa, mobilizavam estratégias de desdiferenciação vertical, querendo com isso mostrar à metrópole que havia similaridades político-social entre a elite das ilhas e os metropolitanos portugueses. Transportando essa realidade aos nossos dias, diria que a nossa elite intelectual, empresarial e política está a reproduzir uma diferenciação vertical. Ou seja, a fazer o inverso. Continuem assim...

Interlúdio...



O que sei é que quando tudo vier à tona sobre a eleição última, muita gente boa vai engolir a seco o discurso pós-eleição... e, de repente, do país com escudo anti-crise passamos para o país em estado de apertar o cinto.

(imagem surripiada na net)

Tuesday, March 8, 2011

E quem disse que estudar acaba com o canudo?


Assim de repente apetece apenas convidar a uns tantos senhores professores universitários com títulos pomposos a lerem mais um pouco (e com alguma atenção) antes de pisarem a sala de aula.

(Imagem de Dudú Rodrigues)

Portfolio (4)

(23 Agosto 2010: gangsta rapper tarrafalense no palco da II Edição do Hip Hop Tarrafalense organizado pela Câmara Municipal do Tarrafal de Santiago)

Saturday, March 5, 2011

Anarquismo Libertário...

Ao que parece a polícia portuguesa prendeu na fronteira de Elvas terroristas "dangermente" armados (com uma navalha, uma catana, um estilete e documentos de subversão ultra-secretas). No caso deste anarquista caviar que vos tecla, apetece apenas dizer que quando Maomé não vai à montanha, a montanha dá um jeito de ir ter com o Maomé. No sábado próximo, se a manifestação libertária do Marquês der merda a banda sonora será esta.

(Na imagem: manifestação anarquista solidária na cidade de Larissa, Grécia. Foto de autor desconhecido)

My Playlist (48) Alanis Morissette

Ver vídeos Head Over Feet, Ironic e Hands Clean aqui, aqui e aqui. Info aqui.

Friday, March 4, 2011

Diz uma fonte fidedigna (não sei se a mesma do jornal de referência)

Uma fonte aparentemente fidedigna diz confirmar que as mais variadas empresas nacionais (não confirma a presença da ELECTRA e dos TACV no pacote... nem dos empresários traficantes) irão oferecer um concerto memorável aos praienses e salenses juntando Norah Jones com Mayra Andrade. Não duvido, mas continuo a achar o jornalismo feito em Cabo Verde de caricacá por culpa dos próprios jornalistas que se auto-castram e se prostituem (quanto ao jornalismo do senhor Alírio do Expresso das Ilhas - pau mandado do MPD - é simplesmente uma merda). É esperar para ver e quanto a pedir desculpas pelo exercício de gozação... antes o reverendo terá de pedir desculpas aos cabo-verdianos pelos últimos anos de gozação nacional.

Wednesday, March 2, 2011

Empreendedorismos e empreendedores...

O Paulino Dias apresenta aqui a sua visão sobre o empreendedorismo crioulo, polarizando duas categorias: o empreendedor por necessidade e o empreendedor por vocação. O primeiro somos e o segundo não. Do conceito empreendedorismo sei muito pouco... das conversas com o Edy, de vez em quanto, quando me dá na tola ir até Lisboa. Contudo, gostaria de perguntar ao senhor economista, em que categoria colocamos o gajo pobre que emigra por necessidade, começa por ser um pequeno drug dealer na esquina de um bairro qualquer de um pais desenvolvido, ainda por necessidade, mas, no decorrer dos anos, ambiciona crescer mais, interioriza a cultura de inovação para fazer frente à concorrência, cria uma empresa do crime, proporciona emprego a pessoas que por handicap estrutural não conseguiriam emprego de outra maneira, investe na terra que o viu nascer construindo riqueza através da criação de uma ou mais empresas no sector terciário ou entra como sócio em instituições nacionais sólidas, tornando-se num verdadeiro animal economicus, contribuindo assim para a diminuição do desemprego... ou será que a nossa conceptualização de empreendedor ainda é tão moralista e limitadora que somos incapazes de ver nesse indivíduo a essência do empreendedorismo?