Wednesday, October 12, 2011

My Playlist (2) Alex Gaudino

Ver clip Destination Calabria aqui. Mais info aqui e aqui.

Sejamos rebeldes então...

Sima Salim fla un artigu kanpion. Ku direitu a son Anarchy in the UK di Sex Pistols i tudu (txeka li).

(Na imagem: Sex Pistols em concerto)

Nôs pulitikus...

O mal de Cabo Verde são os seus actuais políticos - juniores e seniores. Acham-se uns sabe-tudo quando na verdade não passam de meros achadores ignorantes. A CMP num momento de achismo científico dos seus vereadores fecha a rua 5 de Julho (sempre fui a favor do fechamento de uma parte dessa rua - a parte onde só se encontram espaços comerciais) sem se preocupar com estudos de impacto social, comercial ou de acesso. Agrava o problema de trânsito no Plateau e a solução não passa por construções de parques automóveis, porque não há planificação de nada e é tudo na base da gestão de taberna. Que se construa um parque subterrâneo por baixo dessa rua como se faz em qualquer parte do mundo com o nível de desenvolvimento que ambicionamos. Sai caro... mas dinheiro para esbanjar em actividades supérfluas existe.

A turminha de palhaços do Vladmir que tanto se mostra preocupado com o destino das vendedeiras do Sucupira após a construção do novo mercado, têm uma oportunidade nobre de discutir a coisa com os consultores/investigadores responsáveis pelo estudo de impacto sócio-económico e demais sociedade civil (que de sociedade civil só tem mesmo o nome) e não aparecem. Se calhar por estarem preocupados com as palermices do Zema's e as idiotices do Nuias. Continuem assim que irão longe... para o raio que vos parta.

(Imagem pirateada na net)

Tuesday, October 11, 2011

Desabafos...

Às vezes há que ser outsider. Se auto-desafiliar. Cagar para tudo e para todos. Mandar uns bons e altos puta que pariu. A vida é uma merda mas há momentos felizes. Muitos momentos felizes, diga-se de passagem. Há que saber aproveitá-los. Deprimido eu? Apenas desiludido com a raça humana e o seu egoísmo. Maldade também. Há momentos que tento penetrar na cabeça do velho sentado na soleira da porta à espera do próximo mês para ir levantar os míseros 4 mil e tal escudos de pensão social. Diz ele, penso eu, vive essa vida toda e agora dou conta que não vive nada. A Dona contente por ter recebido pouco mais de 5 mil e tal escudos como mulher a dias. Protecção social e tal e bato palminhas. Boa reverendo. Boa missa. Do outro lado, o chefe da máfia afunda-se. Moralidade? Qual moralidade? Só se for aquela falada por imorais. É esse o bom deste país. Imorais a falar de moralidade. Abrir a tv e ver um bom filme pirateado com o carimbo da TCV. Ouvir senhores doutores "fantoches" académicos a proferir diarreia mental para quem os quiser ouvir e aplaudir. Desobediência civil é o que queremos. Ser inconsequente e irreverente, enfim, ser mais um palerma na Palermalândia. Cultura? Qual cultura? O do Comité Cultural da Praia e do Mindelo ou o do sukudin djan ben? O do metal ou o da Maria Callas? Se calhar o do Manuel Veiga. Ver o ensino superior a progredir no meio da mediocridade. O paradoxo da juventude. A paranóia da (in)segurança. As pixinguinhas e as caranganhadas. Foder é o que queremos. Comer carne humana. Stop de tanta hemorragia intelectual. Acabar a ouvir People = Shit dos Slipknot (aqui) e Estou Vivo do Boss AC (aqui).

Monday, October 10, 2011

Punheta a punheta (virtual ou mental)... alenu li

Dar opinião em Cabo Verde pode ser muito bem comparável a sobreviver numa selva infestada de animais selvagens não identificados. Pelo menos é esta a sensação... estou pouco me lixando se consideram este post mais uma punheta virtual ou mental (conforme os gostos). Estou-me nas tintas. Não me interessa escrever crónicas para jornais, participar em espaços radiofónicos ou televisivos, ter a cara estampada nos Hi5, Facebook, Twiter e demais redes virtuais ou participar em conferências, fóruns e demais coisas baseadas em achismos (que tanto se faz por aqui). Esses espaços (ainda) não me dizem nada. Há espaços mais interessantes. Basta-me uma sala nas nossas pseudo-universidades e este espaço freedom of speach para dizer aquilo que penso e que me dá na gana, doa a quem doer (partidos ou individualidades). Não me interessa agradar ninguém. Não... não sou um opinion maker muito menos quero aparecer. Se os outros querem aparecer problema deles.

Isto vem a propósito dos comentários que muitas vezes aparecem na caixa "comentarial". Não uso censura e não tenho hábito de responde-las ou apagá-las. Sei que há bloggers que manipulam a coisa consoante os seus interesses... problema deles. Aqui podem deixar o lixo à vontade que i don't give a shit. Se partilhar algum material etnográfico (é o que faço quando não estou numa sala de aulas da US ou do ISCJS) que vou recolhendo como investigador freelancer é masturbação de um complexado que só quer aparecer... na verdade, prefiro nem comentar de tão agreste (e realista) a minha visão limitada do mundo para não ferir susceptibilidades...

(Imagem sacada na net)

Saturday, October 8, 2011

Amadorismos

Sinceramente, não vejo qualquer mal neste video. O reverendo adora cantarolar mundo fora que nas ilhas há isso e mais aquilo, vai à Universidade de Santiago dizer que a delinquência juvenil é fruto da desestruturação familiar e consumo do álcool (pelo menos, desta vez, reconheceu que a nossa sociedade passou por processos historicamente violentos - o que prova que o homem anda desorientado, visto que, ora diz uma coisa para logo a seguir dizer outra completamente diferente), e eu pergunto: fruto de quê? Caro premier, ou o senhor bebe ou não sabe patavina da nossa história (confesso que eu também não sei). Como diria o outro, cada macaco no seu galho. Quanto ao vídeo, em países ditos desenvolvidos já vi muito pior e não lembro de ter visto os senhores deputados (pagos pelos contribuintes) a perder tempo com isso. Ah, ainda estamos em vias de... discutem lá as coisas que realmente importam e deixem de patetices.

Patetices

A explicação mais fácil e patética que já ouvi acerca do fenómeno thug é a da desestruturação familiar. O facto de muitos desses indivíduos pertencerem a uma família monoparental chefiada por uma mulher não quer dizer nada. Cerca de 52% das famílias caboverdeanas tem essa característica e se formos há história veremos que essa realidade é tão antiga como é antiga a história das ilhas. Perguntem ao Carreira. Conheço muitos membros do movimento thugétnico que tem em casa o pai, a mãe e irmãos. É uma questão probabilística e não determinista. No Brasil, a realidade familiar dos desafiliados é mais ou menos igual à nossa. Famílias monoparentais chefiadas por mulheres. Ali, em vez de culpabilizarem o pai, trabalham com a mãe, porque na verdade a única pessoa que tem intimidade de mandar vir com o traficante é a mãe do cara. Aqui, a culpa é da tal desestruturação familiar, pensando que alguma vez ao longo da nossa história tivemos um tipo familiar maioritário pai, mãe e filhos. Nunca. Só entendo a desestruturação familiar num quadro normativo etnocêntrico. Se essa explicação tem a ver com o facto da urbanização ter, de uma certa forma, rompido com o tipo familiar rural - família alargada, falaria antes em desterritorialização familiar e buscava a raiz do problema no processo migratório interno e externo. Mesmo assim, não chegaria para explicar a delinquência juvenil. Pelo menos nesses modos. Os desencadeadores são outros e estão interligados.

Sexta-Feira no CCF, 19 Horas

Edição especial a culminar com chave de diamante os 7 meses do festival hip hop (voz di rua) no Centro Cultural Francês da Praia, promovido pelo puto que não espera pelas migalhas do Ministério da Cultura, Dudú Rodrigues a.k.a. DU2. Seguir as trilhas do movimento thugétnico na Praia pôs-me em contacto com um movimento underground de reivindicação político e social nos bairros desafiliados, roubando cena à elite que nos idos anos 80 trouxeram o hip hop (música e dança) para Cabo Verde. Hoje ela está nos bairros e representa a voz dos sem voz (crónicas do quotidiano da juventude da periferia dos centros urbanos). Falar desta tribo urbana redefinida é falar de uma cultura urbana reinventada típica de uma sociedade híbrida, incorporando elementos do movimento hip hop mundial - rap, breack dance, grafite, prática de dj e street basket - sem esquecer o que nos é específico. Esta edição fecha a primeira temporada do festival e serve para lançamento da banda Akasia Roots e do mixtape de Pex - o jornalista de rua (ver clip Livri Pa Bu Ser aqui).

My Playlist (37) All Shall Perish

Ver vídeo Eradication aqui e info aqui.

Friday, October 7, 2011

Nha opinion

O novo livro de Filú deveria-se chamar uma vontade de ser político para roubar e sair impune em Cabo Verde. É que matar o vício das pombas e tartarugas tem o seu preço.

(Imagem de autor desconhecido)

Atravessando as serras da ilha mãe

A tal marca do turismo deu bronca (acho que continua a dar), o plano estratégico para o desenvolvimento do turismo é disfuncional, a feira do Carlos Ferreira foi amador, as empresas promotoras do turismo promovem mal o país (praia de mar e folclore)... etc e tal. Mas temos umas ilhas lindas, embora mal exploradas. Contudo, o desabafo riba escrito não interessa. Saiu... esqueçam a porra do asfalto do aspirante a PR e da rodovia Praia/Assomada/Tarrafal ou Praia/Calheta/Tarrafal, metam num jeep (daqueles bem altos) e descubram as beldades riba montanha (não aconselhável aos acrófobos).

A Baía do Tarrafal, a extensão do planalto central, o oceano atlântico, os Picos, as aldeias Kural di Asnu, Pedra Branka ou Kuba, o castanho das montanhas pré-época das chuvas, as aves, os camponeses, o céu e o nevoeiro vistos no percurso todo-o-terreno Serra Malagueta/Figueira das Naus - do alto das montanhas, dá-nos uma outra perspectiva turística desta ilha maravilhosa. Uma coisa que todos (turistas inclusive) deveriam experimentar (principalmente os amantes do rally riba montanha). Uma hora e meia de muita adrenalina e de novas descobertas...

(Na imagem: Serra Malagueta. Mais fotos aqui)

My Playlist (30) 8 Ball

Ouvir Hands In The Air aqui e info aqui.

Nha votu 2011

Estando os dois partidos esgotados (a UCID não é alternativa de nada) e os líderes jotinhas comportando como uns paus mandados e umas mentes obtusas, fenómenos como os do Macaco Tião e do palhaço Tiririca ganham popularidade. Está a ser espalhada pelas ruas da capital a imagem acima apresentada e devo dizer que, embora não faço a mínima ideia do que se trata, parece-me ser a melhor solução para 2011. E que tal votarmos todos no partido das bananas... já que a republica é mesmo das bananas.

Sobre a delinquência juvenil colectiva

Olho para as últimas notícias que nos chegam da ilha mítica e recordo as primeiras notícias sobre a violência urbana na Cidade da Praia que nos chegavam em Portugal na primeira metade da década que agora finda: lutas entre gangs rivais e "kasu bodi". Aqui, na Cidade da Praia, a nova fornada de grupos de delinquentes juvenis auto-intitularam-se thugs, nome com que ficaram conhecidos. Em Mindelo, curiosamente, esta denominação não fez moda. Resta saber se o fenómeno da delinquência juvenil colectiva em São Vicente tem as mesmas características tribais que o da Praia (pelo menos entre a segunda metade dos anos noventa - o começo com grupos de repatriados - e o início da segunda metade dos anos dois mil), já que, tal como disse-me há dias o antropólogo Lorenzo Bordonaro, nunca a violência é gratuita. Talvez esta dúvida leve-me a uma nova empreitada no seio dos grupos de jovens delinquentes, agora no Mindelo. Quanto ao fenómeno da Cidade da Praia, afirmei e continuo a afirmar que, embora, a delinquência juvenil grupal ainda existe (na verdade ela existe desde os anos 80), as características encontradas no terreno estão em processo de redefinição.

No terreno, encontrei grupos heterogéneos sustentados pela delinquência, pela solidariedade, pela convivialidade, pela música (rap) e pela pertença comunitária e territorial. Estas características transforma-os em tribos urbanas funcionando como uma associação juvenil. Dei conta que se é verdade que são agentes da violência, também é verdade que são vítimas, visto que, o poder político e social, ao posicionarem-se como os principais reprodutores da violência, não lhes deu alternativas a não ser responder de forma violenta. Na verdade, ela apresenta-se como forma de empoderamento juvenil numa sociedade desigual onde as oportunidades, não obstante a retórica política, é igualmente desigual. O contacto com alguns jovens repatriados dos EUA enriqueceram o seu imaginário, o consumo de modas norte-americanas via novas tecnologias e as histórias dos jovens viajados acerca dos acontecimentos observados/vivenciados na terra do Tio Sam reforçaram a adopção deste estilo de vida.

Apesar da violência tornar-se numa questão social, problema social, para depois entrar na agenda política, ficou-se pela costumeira retórica, apesar de algumas acções de cosmética e txapa txapa à boa maneira cabo-verdiana. Pelo menos algumas associações tentaram fazer algo, com menor ou maior sucesso, onde destaco as acções da ACRIDES na Achada Grande Trás. Na prática, a cooperação política e social na luta contra a desigualdade social - a principal causa do fenómeno - está por fazer, o preconceito partidário e bairrista persiste dificultando o consenso, o estado de impunidade no seio daqueles que tem acesso a bens continua e com tendências crescentes, as políticas públicas faladas continuam a ser pensadas down/top e os jovens ainda são vistos e tratados como um corpo indisciplinado, irresponsável e perigoso, logo, a ter de ser controlado pelo sistema e sujeitos a endoutrinamentos vários, salvo em épocas de eleições onde são convidados a prostituírem-se. O pior é a política de reurbanização, que consiste no aquartelamento da classe com posses em bairros distintos, está para durar, reproduzindo inconscientemente, o passado escravocrata e colonial - sobrados/funcos -, o que poderá incentivar novas formas de delinquência mais aprimoradas e violentas. Sei, programa "kaza para todos". O mesmo erro dos EUA e Europa. Desterritorialização dos problemas sociais... pessoas a serem educadas para viverem em edifícios verticais.

2 notas

Sou a favor da libertação do Plateau, meu bairro desde sempre, das rabidantes e lavadores de carros, mas penso que a forma como os inquilinos do Paços do Concelho vem resolvendo o problema, sem qualquer plano alternativo (o novo mercado a ser edificado no Coco não é para elas), numa clara gestão de taberna (tipo de gestão especializado neste país) não é a melhor solução. Contudo, devo dizer que o governo tem a sua cota culpa, uma vez que, ao invés de resolver de facto os problemas quotidianos dos caboverdianos, opta por demagogia e cosmetiquices avançadas, do tudo está uma maravilha e nada nos toca, reproduzida por escribas do costume. Quanto aos lavadores dos carros, a sua maioria, ao invés de continuarem a tratar do vício com o trabalho ganho dignamente, começam a agenciar outros modos, mais ilícitos digamos assim, de ganhar dinheiro. Sou a favor da nova rua 5 de Julho, mas da forma como foi rapidamente feita, sem qualquer planificação ou projecto sobre o impacto económico, social, rodoviário e ambiental, no verão, quando chover falamos...

Continuem a viver na ilusão de que o país é de rendimento médio, não obstante os constantes apagões (pelo menos antes era apenas no verão), a corrupção, o nepotismo, o oportunismo gangster, a pobreza, a desigualdade social e a exclusão, a falta de oportunidades, sobretudo na camada jovenil. Continuem a achar que a delinquência juvenil colectiva é resultado da patologia juvenil, desestruturação familiar e da crise de valores. Continuem a achar que o alcoolismo juvenil é devido ao "empipocamento" dos bares e botequins. Continuem a achar que somos todos católicos, bons rapazes e boas meninas. Continuem a achar que o desenvolvimento do asfalto e do betão mal pensados, planificados e erigidos é sinal de desenvolvimento sustentável. Continuem a achar que temos universidades razoáveis e jovens e velhos, mestres e doutores, bem formados e expertises em tudo. Continuem a achar no que bem entenderem que a conta tarda mas não falta. Até a "pixinguinha" mais gostosa do bairro, se se iludir e arrogar muito, gasta sem dar por isso e um dia a moda passa. Aí nem de graça...

Estado da pré-campanha... sobre os debates

Ouvi quase sem querer uma conversa no Aeródromo da Praia entre uns amarelos com pelo menos um pé no poleiro que me deu a certeza que o nosso querido premier sofre de um complexo, de que não recordo o nome, explicada pela psicopatologia. Aquele que acha que só faz a coisa certa e que é o único que pode fazer o certo, sem capacidade de admitir o erro. Um dos sintomas, acho eu, é estar tão confiante em si mesmo como deus e salvador da pátria que em vez de discutir ideias, parte para o gozo. Foi o que os tais senhores amarelos disseram. Que o gajo foi mesmo para gozar com a cara de Veiga. E o Rosário mais o Monteiro nem existem porque são invisíveis. Pelo menos reconheceram que o homem do PTS foi superior a todos no debate. Mas se fosse Veiga preparava-me bem porque na terça-feira vem bomba pesada. Ele vai levar com os quilómetros das estradas asfaltadas, aeroportos, hospitais, centros de saúde e escolas construídas. Na quantidade ele até tem razão, embora o "empipocamento" das escolas secundários deu-se nos anos 90. Pelos vistos nesse país ninguém se preocupa com a qualidade. Infraestruturas que só enganam os que estão fora através dos álbuns fotográficos amarelos. O asfalto afunda a toda hora. Não se preocupou com as protecções dos mesmos e todos os dias (nem é preciso chover para isto acontecer) rochas rolam estrada dentro. Se fores atingido por um o arranjo sai do teu bolso porque nenhuma instituição ligada à estrada, infraestrutura ou seguradora te acuda. No entanto, são sete escudos para cada litro de combustível. Aeroportos foram uns três. Verdade. Mal feitos, acabaram por ficar mais caros com o "txapa txapa" mas, como contentamos com pouco eles estão aí. E dão um jeitão. Há o Hospital Regional de Santiago Norte, no entanto, ainda continua-se a vir para Praia. Porque será? Centros de saúde uma óptima medida. Mau mesmo são os recursos humanos desses centros. Mas aí a culpa não é do Neves. Sobre escolas criadas, não sei se alguém avisou o reverendo mas muitos já começaram a fechar e continuarão a fechar por falta de alunos. Pena não terem aprendido com os erros da metrópole. Ia, nove escolas de ensino superior, inclusive um de símbolo amarelo que irá deixar muita gente de boca aberta quando a caixa da pandora se abrir. E a qualidade? Como disse-me um amigo há dias, daqui a uns aninhos não muito longe, quando os nossos estudantes começarem (e o processo já começou) a integrar o mercado de trabalho, muita gente vai ter vergonha de dizer que foi promotora do ensino superior em Cabo Verde. Para além desses pequenos comentários sobre a quantidade das obras do Governo de Cabo Verde 2001/2011, curiosidade tenho como Veiga irá descascar tantas evidências. Se fosse eu, para fugir da coisa e o fazer chatear, perguntava-o porquê da não prossecução das averiguações sobre o apoio do narcotráfico aos verdes em 2006 depois de ter ganho as eleições? Já que tinha tanta certeza assim. E voltava a carga sobre Filú... e às investigações apenas às Câmaras lideradas pelos verdes... mas quem sou eu senão um punk tatuado armado em investigador...

Thursday, October 6, 2011

My Playlist (1) Frank Sinatra

Ver actuação Strangers in the Night aqui e info aqui.

Jogos Presidenciais

E a infraestruturação dos Picos, ou seja, de São Salvador do Mundo começa a dar frutos. Hiaces e mais hiaces na porta do Hotel Praia Mar para apoiar Inocêncio para presidente. Jantar de borla e fico a pensar (enquanto curtia o bacalhau acompanhado pelo bom vinho - entrei de rusga) quem paga a conta. O João Baptista? O Rui Pereira? Ou o ministério do candidato? Sei lá... é agora esperar para saber como os últimos pagamentos das propinas em atraso dos universitários di fora pela ministra da mininada dará frutos ao papai Hopffer.

Ku Jorge Carlos Fonseca

Em Maio último, fui convidado a participar num convívio "sabadal" de apoio a Jorge Carlos Fonseca à Presidência da República e, provavelmente, fazer algumas perguntas politicamente incorrectas. Acabei por não ir, mas enviei ao candidato algumas perguntas. Acabei por receber as respostas nestas férias de Agosto a que publico na íntegra:

O Jorge Carlos Fonseca foi um dos fundadores do partido Movimento para a Democracia (MPD), Ministro na primeira legislatura pós abertura democrática, e em 1993, por conflitos de ideais políticos, acabou por sair do MPD e associou-se a antigos colegas desse partido numa outra força política, o Partido da Convergência Democrática (PCD). Em 2000 candidatou-se como independente às eleições presidenciais e é esmagadoramente derrotado. Neste momento reconcilia-se com o MPD num contexto temporal onde Carlos Veiga aparece de novo como líder desse partido.

K-F: A sua candidatura é independente?

JCF: A candidatura presidencial é, por imposição constitucional, apartidária, como sabe. Para além de tal facto, realmente não pertenço, desde há alguns anos, a qualquer partido político.

K-F: Espera o apoio do MPD?

JCF: Sim, pelos contactos feitos até agora, pelo diálogo que tenho mantido, por minha iniciativa mas igualmente por impulso de muitos dirigentes políticos do MPD, a todos os níveis, de deputados nacionais e municipais, autarcas, militantes e simpatizantes, personalidades próximas do MPD ligadas ao mundo empresarial, universitário, cultural, vejo como uma possibilidade muito razoável um tal apoio. A simpatia pela candidatura demonstrada por esses sectores é alargada e forte.

K-F: Mesmo sabendo que a pessoa que tem o poder de decisão, relativamente ao apoio à sua candidatura (Carlos Veiga), poderá ter ele mesmo a ambição presidencial, tendo em conta que a última sondagem da Afro-sondagens aponta-o como o possível vencedor, caso resolva candidatar-se?

JCF: O Dr Carlos Veiga foi recentemente (re)eleito presidente do MPD e… pelo que verifico de leitura e audição de entrevistas do dr. Carlos Veiga, em variadíssimas ocasiões e em diferenciados órgãos de comunicação social, ele não é candidato presidencial… Disse-o até de forma muito enfática.

QUANTO ÀS SONDAGENS, penso que a sua pergunta parte de uma fé total em «sondagens», que não pretendo questionar de modo algum, apesar de haver por aí e de diferentes lados reservas ao teor e resultados delas…

K-F: Há vozes dentro do partido MPD que apontam Isaura Gomes como a provável candidata, caso Carlos Veiga não avance. Sendo assim, acha que o MPD vai apoiá-lo em detrimento da Isaura Gomes, sabendo que ela é uma figura popular e o Jorge Carlos Fonseca não o é, a não ser no seio de uma minoria intelectual?

JCF: Diz que JCF não é popular. O que significa popularidade? Será notoriedade? Olhe, por sinal, numa das últimas sondagens, realizadas por empresa especializada, a que tive acesso – e realizada bem antes de eu ter iniciado contactos tendo em vista este projecto de candidatura presidencial - a minha taxa de «notoriedade» era bem superior aos setenta por cento, creio que próxima dos 76 %. Isto é, era conhecido por 7,6 cabo-verdianos em cada dez. Não podem ser todos «intelectuais», seguramente. Isso seria óptimo para o país!!

Nada mau para quem estava e está fora da política activa há pelo menos 12 anos e não tem poiso institucional público há ainda mais tempo. Não sendo nem Presidente, nem governante, nem deputado, apenas apareço na comunicação social quando faço uma conferência, escrevo um livro, apresento uma revista. Aliás, uma tal índice já o tinha em vésperas das eleições de 2001, o que quer dizer que os votos obtidos (cerca de 5 mil) – realmente poucos – se deveram a razões e critérios outros que não essa ideia, esse pré-juízo de falta de popularidade. O que quer dizer que, tendencialmente, havendo uma campanha eleitoral bem concebida e realizada, e com apoios consistentes, esse índice pode rapidamente crescer.

A sua pergunta arranca de uma ideia-feita, lançada por alguns e que às vezes «pega», ainda que não seja real. Ela parte de uma ideia, que surge de alguns segmentos, nem sempre de forma ingénua, segundo a qual, sendo intelectual, porque escrevo, porque sendo universitário… não se é popular e não se pode ganhar eleições. Este raciocínio arranca evidentemente de um preconceito, infelizmente muito difundido entre nós, e, curioso, junto de intelectuais (alguns) e «quadros», o de que ser intelectual representa uma espécie de handicap social. Às vezes até parece que ser intelectual é ter… um defeito de carácter ou de personalidade, é ser um… marginal ou incapaz, uma capitis diminutio. E é fruto, resquício de certo tipo de ideologias que vêm no «trabalhador», nos «operários e camponeses» ou nas «massas populares» a exclusiva legitimidade para… a representação, digamos. É contra este tipo de preconceitos, de fantasmas, de algumas falsificações grosseiras, de absurdas avaliações que me tenho batido, tenho escrito. …

De alguma forma, mesmo em Cabo Verde e ultimamente, algumas mistificações foram estilhaçadas. Pense-se no que se dizia de Ulisses Silva quando defrontava Felisberto Vieira. O homem era «de gabinete», «tecnocrata», « não era conhecido nos belecos» e foi o que foi…

K-F: Sendo MPD um movimento com várias sensibilidades ideológicas, espera que os mais liberais apoiem-no, na medida em que é considerado por muitos um trotskista, devido ao seu passado político?

JCF: Esta dá-me um grande gozo para responder!! Estamos no séc. XXI e ainda se vem com a cantilena de trotskismo. Palavra de honra! Então eu – isto pode ser demonstrado documentalmente, por testemunhos, escritos, sei lá! – fui fundador, com outros, nos anos 80, 81 e 82, de «Círculos cabo-verdianos para a democracia» (CCPD), da Liga Cabo-Verdiana dos Direitos Humanos , fui MNE num Governo do MPD e… sou «trotskista? A política externa que o governo levou a cabo foi… trotskista??!! A Constituição de Cabo Verde, a de Timor-Leste, em cuja feitura pude dar uma pequena contribuição são … de matriz trotskista? Brincadeira… Trata-se de uma fantasia política, utilizada por alguns de forma interesseira, claro, mas pouco inteligente, para … não argumentar, para não discutir ideias. Imagino que alguns dos que falam disso nem sequer sabem o que é trotskismo e nunca leram uma linha de Trotsky. Bastaria ler o que tenho escrito em jornais, as crónicas, em revistas técnicas, em livros, sobre democracia, direitos fundamentais, constitucionalismo, Estado de direito, liberdades para ver que uma tal imputação no mínimo não é séria, nem é para levar a sério. Fazer uma avaliação a partir de dados de há mais de trinta anos é de facto uma postura estranha, esquisita… pelo menos.

Depois, fala-se em «liberais», em liberalismo… o que significa isso em rigor? Francamente eu não vejo em Cabo Verde muita gente a defender e escrever e assumir valores liberais, da democracia liberal como eu. Tenho de dizer isso com clareza e frontalidade.

K-F: Tendo em conta que em Cabo Verde reina um sistema bipartidário, onde os candidatos que se aventuram numa candidatura independente têm pouca expressão em termos de votos nas urnas, sente-se à mesma preparado para avançar sem o apoio do MPD? Não teme uma derrota como a que teve há dez anos atrás?

JCF: Eu não temo nada. Aliás, digo-lhe que nem de perto nem de longe estou arrependido da experiência de 2001. O contexto político é outro. Eu sou mais velho dez anos. Só avançarei para um projecto presidencial, como tenho repetido, partindo de condições propiciadoras de êxito eleitoral. Não que tenha de ganhar, nunca se pode ter uma tal certeza. Sempre fui um homem de causas e de combates, como deve saber, pela independência, desde os 17 anos e pela democracia contra o regime de partido único, o que me valeu dissabores. Mas, pelo que já lhe disse, pelos apoios que tenho tido e sentido na área política do MPD, na de outras forças políticas, como a UCID, mas também da sociedade cabo-verdiana no seu todo, penso poder ter tais condições favoráveis. No entanto, acentuo o facto de que uma candidatura presidencial no nosso sistema é individual, é pessoal, a decisão será sempre minha. Para usar uma expressão corriqueira, eu tenho de fazer o «meu trabalho, « a minha parte», os eleitores em Cabo verde não se resumem aos militantes dos partidos; o universo e a composição do tecido eleitoral são muito diferentes hoje do que eram em 2001. Temos hoje mais de 10 mil estudantes universitários em Cabo Verde…

Com trabalho, naturalmente, esforço, humildade, poderei potenciar aquelas condições de sucesso, inclusivamente o trabalho de vencer os fantasmas os preconceitos, as ideias feitas, e porque não dizê-lo, as falsidades que por vezes, aqui e ali, são usados, ora por ingenuidade, ora por má-fé e estratagema política.

Comentário: como se sabe, não pretendo votar nas próximas eleições, mas poderia votar neste contra o Inocêncio, ministro do asfalto. Obviamente, JCF força um apoio do MPD e mesmo tendo 10 mil estudantes universitários em Cabo Verde, há maiores probabilidades de se votar em partidos de que em indivíduos. É um facto. As sondagens valem o que valem e por aqui não valem quase nada, no entanto, há quem os leve em consideração e é um excelente instrumento de propaganda pré-eleições. Estou de acordo que há um preconceito contra os intelectuais e uma tendência em colar indivíduos ao passado (troksismos), mas isso tudo há de se ter em conta no dia D, porque, a verdade é que o povo vira-se sempre para o candidato populista e isso JCF não é nem consegue sê-lo por mais oleada esteja a sua máquina de apoio. Quer me parecer que, JCF parte em desvantagem porque Inocêncio (o candidato do PAICV) tem usado e bem usado a sua pasta de infraestrutura para conquistar votos no interior de Santiago e noutras ilhas, com inaugurações, populismos e afins. Ao contrário do que se diz, a meu ver, o MPD nunca foi liberalista pela asfixia democrática levado a cabo nos anos 90, o que penso ter ditado o afastamento do agora candidato. Penso que este (JCF) daria um bom árbitro da nossa infantil democracia...

Coisas ditas...

"O neo-colonialismo é irreversível nesta república das bananas que se assemelha à uma das regiões autónomas, senão mesmo, de longe mais subserviente que a Madeira de Alberto João Jardim. Bastar ver a postura do presidente do Governo regional, Dr. Zé Neves! Para ilucidar essa subserviência, conivência, sabe-se lá mais o quê.... não é que se constitui um banco (Novo Banco) de raíz com capitais maioritáriamente cabo-verdianos, cerca 95 por cento de capitais públicos cabo-verdianos: e quem são chamados a gerir a massa, nada mais nada menos que dois portugueses de gema, um para presidente de conselho de administração e outro para administrador executivo, apresentados com pompas e circunstâncias e com direito a uma entrevista em horário nobre, explicando aos nativos ao que vinham. Numa altura em que muitos jovens saídos das universidades portuguesas mendigam por um emprego não é que há uma avalanche de jovens portugueses também saídos da universidades a assessorarem ministros, gabinetes, projectos e quejandos! E o presidente de governo regional de cabo-verde agradece a prestimosa contribuição."

Comentário anónimo a propósito deste post.

Wednesday, October 5, 2011

Traficantes, lavadores e mulas

Muita gente já deve ter recebido um e-mail constando nomes de eventuais traficantes de drogas, agentes da lavandaria e mulas, enviados por um tal Movimento Anti Droga de Cabo Verde (quantidade de movimentos que pululam por aí). Quanto aos nomes não os vou reproduzir aqui, mas, todo o mundo que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir sabe que uma boa parte dessa gente não vive no luxo à toa. Na verdade, são um pequeno grupo de pessoas que alienaram todo o sistema político, social e económico do país. Só assim se pode explicar a inoperância do MP. Mas como vivemos num país de merda, esses como outras ilegalidades são aceites e legitimadas. Lembra muito a teoria de anomia que Merton pede emprestado a Durkheim para explicar as actividades de Al Capone nos States através do que ele chama de inovadores. Pois, esses são alguns dos nossos inovadores. Tudo no tal país soberano. Conceito esse que deve ser reformulado à luz do mundo actual, mundializado a caminho da Nova Ordem Mundial. Convenhamos: o sistema tem de sobreviver e por isso atura a economia subterrânea, que na verdade é o sustento do novo life styles de muitos crioulos. O que seria da estrutura física da cidade da Praia, do crescimento económico e não só, caso não houvesse inovadores? Uma pergunta pertinente, acho eu...

P.S. O que esta notícia não diz é que o sistema está de conluio com isso tudo (o que não quer dizer que não existe pessoas honestas no sistema que lutam contra o narcotráfico).

My Playlist (9) Ala dos Namorados

Ouvir De tudo e de Nada aqui e info aqui.

Monday, October 3, 2011

My Playlist (19) Bob Sinclar

Ver vídeos World, Hold On, Give a Lil'l Love e Love Generation aqui, aqui e aqui. Info aqui.

Pidjey aka Combatente

Do segmento Movimento Praia Hip Hop, apresento-vos Pidjey (aqui), um dos elementos dos Dimokrataz, banda de rap nacionalista (movimento negro) anti-sistema da linha Vila Nova/Moinho/Lém Cachorro. Juntamente com Nax Beat e Grady cantam o quotidiano dos funcos da capital e as injustiças sociais cada vez mais flagrantes no país governado pelo clero. O que me tem chamado a atenção neste movimento reivindicativo em ascensão (em que os thugs são apenas uma parte) periferia/centro ou funco/sobrado (que teve início nos anos 80 onde fez o percurso centro/periferia) é a necessidade em buscar a essência da arte criada na língua materna e no pensamento de Cabral. Vendo para o resto do espaço societal cabo-verdiano, reparo que existe actualmente uma espécie de défice cultural entre a suposta juventude elitizada e a juventude popular incauta e inconsequente.

Ouvir "Soldado Real" (aqui) com Pex from Zona Ponta, Ponta D'Água, e Nuts dos GPI-Knowledge from Castelon Side.

Portfolio (5)

(03 Março 2009: quartel Jaime Mota no Plateau)

Sunday, October 2, 2011

My Playlist (20) Alter Bridge

Ver One Day Remains ao vivo aqui e info aqui.

Viva os camaradas

Perante o blackout digital do DGAPE, a "tolaria" à solta na minha rua e o discurso democrático de Carlos Veiga, mais cinco anos... o vencedor? A TCV. Boa escolha dos analistas (investigadoras na área política). Maturidade democrática? Estou com o fundador da UCID. Só se for na China. Compra de votos, boca de urna, mentiras, manipulações, ameaças e agressões, entre outras coisinhas. Dos dois lados. Pena tenho dos partidos pequenos que não dispõem do dinheiro de Angola e dos amigos portugueses (para não falar de outras fontes). A luta continua... no Parlamento e nas ruas.

Entretanto, na Argélia...


(Na imagem: manifestantes argelinos anti-Bouteflika. Foto Reuters)

Saturday, October 1, 2011

Diz o jornal de referência (que descansa no verão)

Quem escreveu esta notícia não assinou. Lá deve ter as suas razões, mas o jornal A Semana assume. Pelo menos a parte online. Indo ao google (esta coisa maravilhosa) descobrimos que nesses dias (dias que supostamente ela estará na Praia e no Sal) os espectáculos são na Europa (às vezes esqueço-me que somos europeus). Não vejo ali qualquer referência às ilhas maravilhosas, mas não duvido da fonte do nosso jornalismo de caricacá. Se calhar ela vem nos anos da eleição... e confundiram.