Sunday, June 12, 2011

Aqui vou eu às cidades da Neveslândia...

E estava eu a passar na única rua existente na cidade de João Teves (no concelho dos Orgãos) com muito cuidado para não atropelar os urbanos e reparei que nem sequer ainda deram conta dessa sua nova condição (a culpa é de um tal défict democrático). Numa outra cidade, Achada Igreja, alguns jovens espantados com a notícia de que agora são urbanos, dizem: só podes estar no gozo, cidade aqui? Não temos condições. Piada foi quando cheguei à Assomada (cidade desde o início da década) e um residente me disse que estava a ir para a cidade (já ouvi ir para a civilização também). Cidade da Praia entende-se. É assim na Neveslândia, o tal país viável. Já agora, que tal apoiarmos Rui Vaz a cidade? Lembra as paisagens suíças quando chove.

P.S. Pelo menos se o Presidente Pires não passasse o tempo a saudosar os tempos da ditadura poderia travar essa comédia. Depois admira-me aqueles que acham um escândalo Zau a Presidente. Maior escândalo que essas últimas notícias? Só se for acompanhar o Maradona nú nas ruas de Buenos Aires caso a Argentina de Messi vencer a copa.

(Na imagem: uma rua da cidade do Sal Rei na Ilha da Boa Vista)

Friday, June 10, 2011

POEmix

Confesso desde já que não lá pus os pés (não porque sou um brutus social) porque isto de trabalhar noutra cidade traz algumas inconveniências. Mas, segundo o próprio Mito Elias, apesar do boicote do Centro Cultural Português da Praia (vai-se lá perceber o porquê), da indiferença calculista de alguns pseudo-intelectualóides da nossa praça e da arrogância dolce fare niente (esta tive de ir ao google tradutor), o POEmix foi um sucesso (confirmar aqui e aqui).

Na verdade, ao ver os vídeos e ouvir testemunhos de algumas pessoas que tiveram o privilégio de lá estar, lembrei-me das noites mágicas mix euro-afro-aborígene do Crew Hassan em Lisboa City.

P.S. Já agora, não sei se não ouve, também, boicote do tal Movimento de Libertação de São Vicente, do ilustre João Monteiro.

(Na Imagem: encontro de didgeridoos no Crew Hassan. Foto de Rui Serrano)

Irresponsabilidade Política

Primeiro, esta senhora deveria informar-se melhor sobre a equipa que irá fazer o tal estudo de impacto socio-económico (não sei onde ela tirou a ideia de impacto ambiental). Segundo, o que o ministério da juventude (ancorado a outros sectores antes de ser isolado por mero marketing político) fez pela juventude cabo-verdiana? Terceiro, esses senhores preferem ver o Plateau no caos de há dois anos? Quarto, deveriam saber que foi aberto um segundo concurso para restauração e exploração das praças do Palmarejo e o do Plateau, porque no primeiro concurso as empresas canditadas não deram garantia de qualidade e sustentabilidade. Quinto, gostariam que Ulisses desse dinheiro a grupos delinquentes como fez Filú no Paiol (se tivessem visto Ghost of Cité Soleil pensavam duas vezes). Por último, só concordo com a opinião acerca do tal Concelho Municipal da Juventude... em parte, por culpa das próprias associações que não sabem trabalhar em parceria por estarem acostumados ao assistencialismos e fretes políticos. Tinham mais a ganhar se ficassem calados...

Coisas ditas...

"Alguém me explique o critério de eleição desta revolta para efeitos de comemoração? É que, das 3 revoltas que aconteceram em Santa Catarina (Engenhos, 1821/23; Achada Falcão, 1841 e Ribeirão Manuel, 1910), apenas a última obteve estatuto comemorativo, quando, na verdade, ela se encontra muito longe em grau de importância, por exemplo, da Revolta da Ribeira dos Engenhos. Se a história do país fizesse parte do curriculo escolar, muita ignorância histórica que prolifera e campeia por aí seria evitada e o cidadão cabo-verdiano agradecia. Tanto se exalta com o conhecimento da História dos outros, o que não espanta muito porque, infelizmente, ainda que não se goste ouvir, somos uma cambada de "colonizados mentais", repetindo mímeticamente, sem questionar, na busca de uma resposta capaz, o que outros dizem. Qual reino de cegos, onde o monarca é coloco. Que tal estudarmos um pouco mais e falarmos um pouco menos."

Comentário do Daniel A. Pereira a propósito desta notícia, que por acaso começa-se a comemorar hoje.

Tuesday, June 7, 2011

Por uma espécie de metafísica blogosférica...

Uns cinco meses depois de fazer o upgrade do Ku-Frontalidadi chegou a hora de deixar um suposto me, myself & i e dar espaço a novas escritas por pessoas convidadas por mim. Estudantes universitários, doutores e dr., académicos, thugs, putas, chulos e zé's da esquina. Qualquer um que tenha algo a dizer ou a mandar vir. Ou a ser levado a sério (coisa não muito frequente aqui). Estou-me nas tintas. Deixo de masturbações individuais (sem nunca enveredar por mamadas e prostituições metafóricas) e encaminho-me para uma espécie de orgia subversiva (ando a copiar este termo aos roqueiros de soncent). Não abrir as pernas de uma vez, mas só de vez em quanto. No entanto, se nenhum dos estatutários em riba mencionados aceitarem tão singelo convite... pelo menos tentei fazer deste espaço um salão de libertinagem. Para os que não perceberam uma linha do que acabei de escrever, não se preocupem que não estão insane... nem eu percebi. Ciao (ou deveria dizer arrivederci?). Talvez fique por um simples addio...

(Na imagem: obra abstracta gamada no museu virtual de arte contemporânea de Helsínquia. Autor desconhecido)

Monday, June 6, 2011

Pedro Pires, Cavaco Silva e Amílcar Cabral

Caro João

O problema está na confusão entre a maturidade democrática e a estabilidade política. O primeiro, ainda não temos. Qualquer cientista político atento ao mundo político cabo-verdiano sabe disso (e eu nem isso sou). Quem esteve no terreno nas vésperas da eleição sabe do que estou a falar. Aliás, nunca se comprou tantas consciências e nunca se usou tanto o recurso público como no evento político de domingo último. Ya, não houve fight, não obstante alguns mimos balísticos na Praia no dia 06. Para as mentes atentas, a democracia já foi suspensa. Agora, estabilidade política temos sim senhor, desde 1991... e ainda bem que o temos.

Wednesday, June 1, 2011

Colonização intelectual

O que me tem preocupado nestas últimas semanas é este complexo de alguns dos nossos intelectuais pelos restos da metrópole. Escrevem e discursam sobre o cabo-verdiano, a cabo-verdianidade, o badio etc e tal, porém, não passam de uns colonizados da mente. Tanta intelectualidade para nada. Só tenho pena que no dia em que derem conta desta patetice o titanic já tenha batido no iceberg.

(Na imagem: Tintin no Congo)