Thursday, February 10, 2011

Momento zen


Gostaria de pedir, se não for muito incómodo, aos senhores professores doutores, dr.'s e demais designações da treta com cargos de responsabilidade nas nossas universidades, pública e privadas, que não falassem jamais em investigações. Falem de consultorias e achismos, mas please, de investigação não. O povo agradece... e os estudantes ficam menos confusos.

(Na imagem: inspector Gadget)

My Playlist (41) Ana Firmino

Info aqui.

Tuesday, February 8, 2011

Ponto da pré-campanha...

Mas que merda foi esta da CMP "fatiotar" todo o mundo de verde na tal corrida da liberdade? Já não basta o Governo pintar tudo de amarelo? Pena tenho é da UCID, PTS e PSD (que nem sequer vai aos debates da TCV). O PAICV ou o Governo, confesso que não sei bem quem, anda a recrutar rappers da capital a peso de ouro para um espectáculo de antecipação ao 20 de Janeiro (tipo este organizado sem o apoio dos amarelos no ano passado). Aposto que o cenário será amarelo... do dinheiro dos verdes (diz-se proveniente da maçonaria portuguesa) e dos financiamentos para o carnaval eleitoral melhor nem falarmos. De facto não consigo ver a lógica das coisas...

Uma ajudazinha teórica

Na pós-eleição, perante as estratégias de manipulação juvenil dos dois maiores partidos, para melhor se entender as tácticas mobilizadas por alguns desses jovens, frente à oportunidade surgida com vista a contornar as dificuldades por que passam quotidianamente, convido os curiosos a lerem Michel de Certeau.

Sunday, February 6, 2011

Viajar para fora cá dentro

Sei que em São Tomé e Príncipe os descendentes dos caboverdeanos emigrados à força no século passado via Porto Ribeira da Barca, numa reconfiguração da escravatura inventada pela metrópole, vivem miseravelmente mal e acho muito bem o Jornal A Nação dar estampa à coisa. Só que o espectáculo da pobreza e da desigualdade social está cá dentro e não é preciso ir muito longe para avistá-lo. Obviamente, ela não vem nos circuitos turísticos.

(casas de papelão na Achada Grande Traz)
(construções espontâneas no Inferno renomeado Terra Branca Cima)

Se é verdade que o país é pobre e a maioria da população sempre foi pobre, também é verdade que ao contrário das missas do reverendo, a pobreza urbana está em crescimento e a desigualdade social nunca foi tão grande e visível como hoje. Mas estas coisas não vem (ou não são vistas) nos relatórios do FMI, OMC, BM e afins... muito menos nos relatórios das instituições internas.

A verdade não dita

No país do mundo novo e das escolas topo de gama é lamentável que existam crianças no interior de Santiago (para não falar das outras regiões) que quase todos os dias mendigam 20$00 para se deslocarem de "juvitinha" da escola para a casa.

(imagem sacada da net)

"Povo Unido" de Dj Invisível

Michel de Certeau escreve sobre as estratégias que os dominantes mobilizam para manipular os jovens e as tácticas mobilizadas por estes últimos para sobreviverem. Alguns elementos da nova geração de rappers souberam pôr em acção essa táctica, sobretudo os chamados rappers pixinguinhas. Houve rappers conscientes que não obstante terem participado no show dos partidos, fizeram-no com profissionalismo, passando apenas a sua mensagem e nada de viva este ou aquele, abaixo este ou aquele. A intenção dos delinquentes do Parlamento era, quem sabe, reproduzir a cultura dos "bifes". Uma versão política dos Wolf Gang versus Karaka. Irresponsabilidade... depois há aquilo da maturidade democrática etc e tal.

Dj Invisível, produtor e animador do programa Cultura Hip Hop da Crioula FM, num momento de cidadania, percebendo da perigosa jogada política dos nossos representantes, fez esta música apelando ao voto consciente. Estranhamente, foi censurado. Porquê? Bem, a letra explica... é de realçar que a música é single do álbum intitulado FPS (Formason Pissoal y Sosial) Vol. 1, com lançamento previsto para 01 Maio 2011. Nyl-do R.A.P., camarada radiofónico do Invisível, participa também no álbum.

Saturday, February 5, 2011

My Playlist (10) Body County

Ver clips Necessary Evil e Born Dead aqui e aqui. Ver apresentação ao vivo Violent Demise aqui. Info da banda aqui.

The Fourth World War

Geração Nem Nem

A realidade é portuguesa, mas por aqui não estamos longe. Também temos a nossa "geração nem nem" e ela está a crescer. E podem acreditar que a tão venerada formação profissional, mesmo que almofadando a coisa, não conseguirá deter o flagelo. Os problemas são estruturais e se não mudarmos de políticas públicas para o sector os problemas futuros serão bem piores. Mas, estas coisas não se falam no programa da menina Almeida.

Friday, February 4, 2011

O Clero Tambarina

Recebi ontem um e-mail (de certeza saído de um dos quartéis do MPD) interessante que adorava compartilhar neste espaço. Na verdade não é nada que já não sabia (ou que todo o mundo já não sabia) mas é sempre bom lembrar ao pessoal que existe a família tambarina (antes houve a família rabentola) que ao bom estilo da máfia napolitana, nunca deixa os amigos, compadres, amantes, enfim, os familiares desamparados. Meritocracia? Só se for na Neveslândia. Em Cabo Verde de certeza não se sabe o significado disso, e utilizando o termo do autor da mensagem, só se for por amor à família (família tambarina diga-se de passagem). Não vou expor a mensagem tal como foi escrita mas devo dizer que inspirou este post.

Como disse uma vez Zeca Afonso, eles comem tudo, eles comem tudo. De facto eles comem tudo, e por amor à terra. Senão vejamos: o reverendo nomeou a amiga íntima (na verdade queria dizer amante) Filomena Martins a ministra da educação e depois a coloca como quadro da UNI-CV (a ela e ao próprio) por intermédio do senhor Reitor (fantoche diz a mensagem). O irmão do ministro da dengue, Benfeito Mosso Ramos, foi nomeado PR do STJ e depois indicado para o Tribunal da CEDEAO em Lomé (num momento dantesco da nossa justiça). Depois há os casos dos senhores ministros e governadores com esposas (o autor esqueceu dos filhos e sobrinhos) com altos cargos diplomáticos e administrativos. Zema nomeia o irmão como PCA das TACV e nomeia Janira Almada (que foi apresentada como alguém com uma carreira no jota - pura mentira) como ministra de não se sabe bem o quê a pedido do papai. O filho do agora candidato Manuel Inocêncio (o homem das infraestruturas) aparece de repente como director financeiro do Porto da Praia. Pedro Pires nomeou Zaida (sem nenhuma experiência) para um alto cargo da magistratura, claramente, por ser um parente, e alguns boys recém chegados de formação são nomeados assessores em áreas que desconhecem, mais tarde promovidos a directores em áreas de elevada importância para o país, sem que no entanto percebam alguma coisa do sector.

Não estou numa de dizer que esses indivíduos são incompetentes porque não os conheço a todos, mas a minha intenção é denunciar os critérios como lá chegaram e falta de ética por terem aceite os cargos. Num país a sério, onde aquela coisa chamada democracia funciona mais ou menos, tais comportamentos são moralmente e eticamente proibidos. Contudo, estamos nas ilhas paraíso...

P.S. O post é curto mas se formos explorar a coisa a fundo, teremos matéria para uma tese de doutoramento em compadrios e demais teias mafiosas. No entanto, é bom dizer que estas coisas acontecem em todas as épocas e em todos os sítios (perguntem ao Sarkozy). Só que por estas paragens tem acontecido com maior frequência. E depois diz-se que se luta contra a desigualdade social, exclusão e pobreza...

Blogjoint: Prostituição

Se existe palavra que adoro utilizar é prostituição. Mobilizo-o para dizer algumas verdades, mas hoje o pessoal do costume resolveu falar do fenómeno e não da palavra.

Nos anos 90 era comum encontrarmos prostitutas nas imediações da Várzea, do Porto da Praia (lembram-se da Xubenga?) e do Hotel Praia Mar. Ou ouvir sobre as casas da luz vermelha na linha Vila Nova/Paiol entre outras linhas. Essas meninas/mulheres desapareceram das ruas (quem sabe devido às políticas inclusivas do reverendo) mas ao que parece, voltaram de novo às ruas (quem sabe devido às políticas desafiliantes do reverendo).

O que aconteceu na verdade depois dos anos 90 foi uma desterritorialização da rua para as discotecas, transformando estas numa espécie de casas de alterne dissimuladas. A expressão "soku na rostu" não aparece do nada (ver este artigo do José Carlos dos Anjos). Que o diga os estrangeiros, principalmente os tugas, e os cotas. Este pessoal acabou por influenciar o mercado do prazer sexual na capital.

O que não se fala é da prostituição masculina. Aquele pessoal com um corpo made in ginásios, muito matxus, que faz a vida comendo algumas figuras públicas masculinas (alguns deles também muito matxus e bem casados). Outros preferem fazer algumas cotas mais felizes. A troca desses favores é paga quase sempre em dinheiro, mas também em viagens, presentes e em muitos casos, em emprego.

Diria que é um mercado em clara ascensão e quem anda a fazer muita massa são os senhores chulos. Peço desculpas aos joint's por não conseguir escrever nada mais construtivo e como li primeiro o post do Edy direi: legalizem e regulamentem a prostituição porque cidade sem prostituta é igual às nossas televisões sem os filmes piratas.

Thursday, February 3, 2011

Declaração do não voto... (porque é necessário tomar posição)

A abstenção, creio eu, será a grande vencedora do dia 06/02/11, não porque muitas pessoas perderam a confiança nos políticos e nos partidos, mas, sobretudo devido à compra dos documentos por parte dos dois maiores partidos - PAICV e MPD. Eu, cagando para a cidadania etc e tal e para a lógica quem não vota não terá moral para exigir o que quer que seja depois (premissa em que estou, em parte, de acordo), ficarei em casa a observar. A UCID não me convence, o senhor Além é um tiririca e nunca darei o meu voto a um partido liderado (simbolicamente dizem) por um sectarista racista (subentende-se Onésimo).

Diz-se que o país é pobre, que não há dinheiro para a implementação de determinadas políticas, contudo, quando aproxima-se do dia do circo sair à rua, dinheiro é o que menos falta. O PAICV paga vários jovens desempregados 500 escudos diários para vestirem de amarelo e o MPD, entre outros esbanjamentos, telefona aos cabo-verdianos a pedir que se vote Carlos Veiga, não no MPD, mas sim em Carlos Veiga. Se calhar estamos nas presidenciais e eu a pensar que é tempo das legislativas. Do lado amarelo, no que toca às campanhas, Neves larga o seu pitbull eco-terrorista, vulgo Filú. Também, de um partido que mete no governo um falsificador de atestados médicos e um larápio da coisa pública no tempo da Câmara (não falo de Filú) pode-se esperar tudo.

Que Cabo Verde é o país impunidade penso que ninguém duvida. Pena tenho da CNE que presa pela lei eleitoral age apenas contra a comunicação social (o que esqueceu antes da campanha ter iniciado oficialmente), deixando os partidos transvestidos a administração pública (poder central e local) fazer o que bem entenderem. Quanto às promessas, deveria haver uma lei que enjaulasse os mais mentirosos e o tolo que é o povo. Então, a menina ministra (subentende-se Janira) vai à Achada Grande Trás e promete caso o PAICV vencer as eleições, doar entre 400 e 600 contos a jovens (será que ela sabe fazer contas?) e reduzir as propinas universitárias. Alguém deveria tê-la dito que das 11 universidades que Neves arroga ter criado, 10 são privadas (bem, se calhar ele é dono de uma delas, o que reduz o número para 9). Ou então foi infectada pelo vírus stalinista amarelo...

Konkluindu, mi n ka sta bai vota, ma sinseramenti MESTI MUDA di atoris i diskursus politiku i di pustura di alguns gentis ku algun responsabilidadi nês tera...

Adenda: passado o dia 06, o país entrará na normalidade, o barulho diminuirá, o fundamentalismo partidário decrescerá e todos amigos como dantes. No MPD, dependendo do resultado, emergirá um novo líder - penso que Ulisses será o homem que se segue - e no PAICV é a incógnita. Daqui a 5 anos a conversa será outra. Talvez estejamos mais maduros, no que toca à democracia e espero que os partidos pequenos tenham maior visibilidade e mais adeptos. Porque abstenho? Os mais pequenos tem boas políticas, mas dignos de quem não tem responsabilidade governativa (gostaria de ver a UCID com mais deputados) e os dois monstros partidários andam no bla bla bla da baixaria - no farei isto mais aquilo, ele é isto mais aquilo - e conteúdo nada... infelizmente não me revejo, actualmente, em nenhuma das partes envolvidas...

Body paint sobre rodas...


(Freestyle de patins e exposição espontânea de body paint organizada por Dudu Rodrigues na Praça Alexandre Albuquerque)

Wednesday, February 2, 2011

Zona e o presidencialismo...

O Jorge Carlos Fonseca oficializou a sua candidatura à Presidência da República ontem à noite no edifício da Expo Arte na Achada Grande Frente, perante familiares, amigos, conhecidos e simpatizantes. A presença de indivíduos com ligações aos dois maiores partidos pode querer dizer que o homem consegue unir pessoas com sensibilidades políticas divergentes, o que é muito raro neste país. Estive meses atrás - de rusga - num jantar organizado pelos simpatizantes do Inocêncio no hotel Praia-Mar e comparando com o jantar de ontem, fico com a ideia que se o MPD apoiar o seu ex-ministro teremos frente-a-frente um populista e um intelectual. Nestes casos, o zé-povinho tende a votar no populista e os snobs, pseudos e intelectuais no candidato intelectual. A ver vamos... estrategicamente a equipa de apoio a Zona esteve muito bem, uma vez que, a meu ver, pressiona Veiga a tomar partido, semanas depois de Inocêncio vir a público, no jornal da situação, dizer que é candidato (diria mesmo candidato do PAICV, pelo tempo que aparece na TV pública ao lado do premier). Como não sou analista ou cientista político e este post baseia-se muito no meu achismo científico, só tenho a dizer que acho que se o MPD apoiar Zona, de certeza, teremos como presidente um homem de causas que nos poderá orgulhar... interessante foi ter reparado alguns membros importantes do partido ventoinha a fazer o jogo do estou mas não estou, na tentativa talvez de evitar futuros embaraços a Veiga ou ao candidato escolhido por este que não seja JCF.