Monday, June 11, 2012

Caça aos ratos

Ontem de manhã no mercado de Sucupira os ratos foram os imigrantes da Costa Ocidental de África que por lá ganham a vida (legal e ilegalmente). Quem conhece bem o local sabe que os passadores da droga estão bem ao lado, mas a polícia prefere cuspir para o lado. Polícia não, os Juízes. No ano passado, depois de quase 1 ano de investigação, a BIC identificou todos os criminosos que operam no local (desde os pequenos traficantes de droga e de armas aos receptores dos materiais roubados), contudo, um Juíz qualquer achou que não era prioritário uma rusga ao mercado. Vai-se lá saber o porquê... desconfio, mas não interessa aqui. Pior. Cá fora já se sabia que estava em curso uma possível rusga ao maior mercado da capital. Não admira porque houve tão poucas detenções muitos meses depois. Não se pode acabar com a economia subterrânea. Pode fazer colapsar o sistema. Os ratos ontem foram os pretos. Deve ter algo a ver com a tal caça aos fundamentalistas islâmicos. Quando vejo cenas do tipo (não quero com isso dizer que não deve haver controlo) percebo porque é que tentaram me complicar a vida nos aeroportos de Dakar e Bissau. Pudera. Cá se faz lá se paga. Alguém, no meio da confusão perguntou: mas estes gajos não deviam estar atrás dos bandidos que roubam e matam todos os dias? Pois, é só ir ao Palácio da Várzea, aos Paços dos Concelhos, ao Parlamento, aos Tribunais... entre outros sítios. Na Itália, caboverdeanos foram insultados em 2008 e o clero achou que não é nada com eles. Ah, não havia o Ministério das Comunidades liderado pelo Capi da zona criminal do Fogo. Por pouco, senti-me no Martin Moniz ou nas imediações da Cova da Moura em Lisboa. Lá, os pretos somos nós...

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