Friday, July 6, 2012

Sobre as eleições... (agora um pouco mais moderado)

Às vezes é necessário ser menos delinquente intelectual e reflectir sobre as críticas que nos são feitas. Mas aos tolos não se deve dar ouvido nem cavaco. Nem às mentes obtusas e fundamentalistas partidários formados pelas catequeses dogmáticas partidárias. Se hoje temos os políticos que temos a culpa é nossa. Só nossa. Mas também somos nós quem devemos repor a ordem. No entanto, há caras novas nas listas. Alguns jovens, pessoas com formação superior e mulheres, na sua maior parte em posições inelegíveis, apesar do propalado discurso de equidade de género. Não sei se serve de esperança para o futuro... veremos.

Contudo, se as eleições fossem hoje, o meu voto seria na abstenção. Porquê? O PAICV só mente. Andam a vender ilusões e o discurso é claramente para os cegos. Desta forma, será muito perigoso para o país conceder-lhes mais cinco anos, ainda mais, estando em posição de chegar a postos ministrais algumas pessoas com tiques stalinista (e escuso falar aqui de crimes passados). O grande problema do PAICV será a transferência de poder pós-eleição. Olho para dentro e preocupo-me com o que vejo. Com este discurso não nego as obras feitas.

O MPD não renova. Concordo que MESTI MUDA, embora, desconstruído o lema de campanha, não encontramos muito conteúdo. A meu ver. Diz-se que se vai fazer. Como, ninguém sabe. Talvez Ulisses venha dar mais confiança ao partido no pós-Veiga. Mesmo assim, perante o mini cenário descrito, entre os dois, poderia até me pender para os verdes. O problema é que desconfio de muita coisa.

Depois temos os partidos pequenos. A UCID poderá ser o futuro. Quero acreditar nisso. Acho que a democracia ganhava com mais deputados desse partido no Parlamento e penso que será um dos vencedores na noite que se avizinha. Bem, pelo discurso, votar UCID parece ser uma decisão sexy, mas ainda faltam sete dias para a chegada à meta. O PTS, caso não fosse os discursos sectoristas a roçar ao racismo do seu número dois, poderia me chamar a atenção, tal como fez o seu presidente no primeiro debate. Se bem que, visto bem as coisas, ter um incendiário como o Onésimo no Parlamento poderia não ser mau de todo. PSD é folclore. Não conta.

Apesar disso tudo, o meu voto ainda é a não comparência. É a minha forma de protesto num sistema corrupto, onde as boas intenções são facilmente transformadas em más intenções, ora devido à crença partidária ora devido à crença consumista. Como dissera Churchill, "a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que se têm sido experimentadas".

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