Sunday, July 1, 2012

Utopia de César Schofield Cardoso

Não assisti a primeira edição mas esta sou capaz de lá ir espreitar. Isto de (re)descobrir a identidade cabo-verdiana através da arte tem muito que se lhe diga, ainda mais com as novas influências periféricas dos centros mundiais na constituição de novas tribos urbanas crioulas em que o Hip Hop é apenas uma parte.

Provavelmente o autor não foi até ao fundo da coisa (nem tinha que ir), mas se quisermos mesmo entender o movimento thugétnico (sepultado - a delinquência juvenil se encontra em processo de descaracterização) temos primeiro que compreender o desenvolvimento do movimento Hip Hop na Cidade da Praia (ou no Mindelo) e as novas arenas de reivindicação político-social juvenil surgidas fora dos partidos e seus lacaios mirins. Os efeitos perversos brotados são resultado da desinformação da camada juvenil (endoutrinada no período colonial e no período pós-colonial) e da não existência de políticas juvenis eficazes e adequadas à especificidade cabo-verdiana.

Curioso notarmos a tentativa dos novos rappers, por exemplo, em resgatar a sua identidade em Cabral e na língua cabo-verdiana (tornado tabu pelo menos até 2011). O rap crioulo tem sido (a partir da década de 90) a voz dos sem vozes e fora os bifes serve de alerta contra os desmandos da nossa elite através do retrato falado do que é viver hoje (para uma boa parte da população) na terra crioula democrática. Ver este vídeo do Ex-Pavi Ft. Nana.

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