Thursday, October 11, 2012

Falemos então das eleições... mais a sério (apesar das minhas limitações no campo da Ciência Política)

Sei... ando a brincar com isto das eleições. E depois? Se hoje não acredito nos partidos e nos políticos o culpado são eles mesmos. Pela arrogância com que se pegaram ao poder, pelo défice democrático que promoveram, pelas jogadas sujas que fizeram, por terem fechado os olhos à corrupção (em crescimento galopante), pelo nepotismo e tráficos vários que fomentaram e, sobretudo, pelo oportunismo e pouca vergonha que aparecem agora como salvadores da pátria, descidos dos seus altares, como que se fossemos todos uns tolos (e se calhar é mesmo o que somos).

O MPD não é alternativa de nada neste país, embora, há que reconhecer que muitos ganhos que o Neves fala deve-se ao trabalho efectuado nos anos 90 pelos verdes. Políticas de centro-direita/direita não coadunam com o estado frágil/inflamável económico-social que temos neste momento apesar da cosmética amarela. Vejo para a lista e vejo gente de sempre e uns tantos jovens que estão lá por qualquer razão menos pela sua competência técnica. Alguns estão lá apenas para amealhar alguns votos (mas ainda bem que lá estão). A verdade é para se dizer doa a quem doer. Infelizmente, a competência nem sempre ganha eleições. Mesmo assim, tomando em consideração que dar mais 5 anos aos amarelos é um perigo, votar nos "rabentolas" tem o seu peso. Pior que está não fica e dá-se oportunidade a outros mamarem e promover a "mamação" aos familiares e amigos.

O PAICV acredita que a infraestruturação é a solução. É. Mas não da forma como está a ser feita. Centralizada, corporativista, nivelado para baixo e promovendo riquezas a alguns (simpatizantes e amigos). Há prioridades e nisso os amarelos falharam. Há que dizê-lo. Esta plataforma eleitoral é pura cosmética e o país real é outro. Diz que faz mas não mostra como. E políticas públicas exequíveis e continuadas? Contudo, esteve lá há 10 anos. Olhando para a lista, alguns indivíduos de carácter bem duvidoso há busca de imunidade parlamentar (nem vale a pena dizer os nomes que todos sabem quem são). Dizem-se da esquerda, mas aproximam-se mais da terceira via adorado pelo Rony e apresentam tiques stalinistas. Dizem promotores da igualdade de género e na prática, vendo pela lista, vemos que não é bem assim. Depois tem um líder a começar a dar os mesmos erros que Filú em 2008. Diz que trouxe poesia à política e que é uma estrela... vai confiando.

Depois temos os restantes (UCID, PTS e PSD) que não passam de resistentes numa sociedade bipartidária. A UCID tem mais credibilidade mas é regional. É o único capaz de levar São Vicente ao parlamento com vista à busca de soluções dos vários problemas que esta ilha tem sofrido nos últimos tempos, devido, em parte, à centralização da Praia, muito por culpa da sua gente que quando chega ao poder esquece as raízes, lembrando-se delas apenas em épocas das festas. Deveras Soncent é sabi pa kagá... O PTS é aquela base. Tem o Onésimo Silveira e as suas vira-casaquices. Do PSD nem vale a pena falarmos (um folclore à imagem do seu líder).

Podem sempre votar nulo (não aconselho porque sempre é possível aparecer uma caneta na hora da contagem e pimba) ou simplesmente cagarem na coisa. São opções. Podem também entrar na brincadeira e fazer campanha pelos punks imaginários e bananas. É um escape. A verdade é que no dia sete depois da festa da vitória do PAICV ou do MPD voltaremos à nossa vidinha e acreditem que a presença das novas caras no parlamento não irá mudar o estado das coisas. Pessimista ou realista, eis a questão. Se estiver enganado faço um post daqui a uns meses a reconhecer o erro.

P.S. O Já arranjou um blogue, talvez para fugir às garras da CNE (embora aqui o público é diminuto). Piada mesmo é as tropas da Rosita começarem a perseguir blogues e afins. Não. Estes dizem que somos livres. Pelo menos no mundo virtual. Apesar disto, ainda não estamos a aproximar da Costa do Marfim.

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